terça-feira, 12 de junho de 2012

Yoga é a ciência da realização de DEUS.


Yoga é a ciência da realização de DEUS. É o caminho da auto-realização. Etimologicamente a palavra Yoga, um termo sânscrito, significa união, unidade ou identidade absoluta.

A Yoga pode ser estudada ou praticada nos seguintes oito aspectos:


1 - O Yoga do corpo ou Hatha-Yoga

É a realização do poder e da beleza de DEUS, dentro do nosso corpo e sistema nervoso. Nosso corpo é instrumento divino de realização de DEUS e manifestação da alma, é sustentado pela substância de DEUS e funciona com a Lei do ESPIRITO. Hatha Yoga não é cultura física como comumente se pensa. A harmonização do corpo físico e sistema nervoso com a verdade e a Lei de DEUS são os princípios e propósitos da Hatha Yoga do corpo.


2 - O Yoga da Mente ou Laya-Yoga.

É a completa absorção da mente no pensamento de DEUS, de tal maneira que todas as faculdades e funções mentais são iluminadas pela Luz e pureza do ESPíRITO SUPREMO. É a constante identificação da mente com a Luze Atributos de DEUS até que só as qualidades divinas iluminem, inspirem e guiem todas as forças mentais.


3 - O Yoga Da Palavra Sagrada ou Mantra-Yoga.

Um mantra é aquela palavra sagrada que incorpora e conota a verdade sobre DEUS e o Divino. A palavra é o símbolo do pensamento. Um pensamento é a projeção de um ideal. Um ideal espiritual desperta pensamentos puros que se expressam em uma palavra sagrada. Uma palavra carrega o poder do pensamento, bem como a verdade que estás por trás do pensamento. Um mantra, uma palavra de DEUS, desperta o pensamento de DEUS que por fim leva à realização de DEUS. Mantra-Yoga é alcançar a realização de DEUS pelo entoar, especialmente pelo "entoar mental" e silencioso em conjunto com uma contemplação consciente sobre o significado e a verdade da palavra sagrada de DEUS.


4 - O Yoga da Consciência Pura ou Jnana-Yoga.

É a unificação de nossa consciência com a Consciência-DEUS. A consciência é independente de todos os pensamentos e conceitos. Todos os pensamentos e conceitos são ondas, por assim dizer, no oceano da consciência. A consciência é infinita e pura. É cósmica e absoluta. É autoconscíente. Pela unificação de nossa consciência com apura autoconsciência, que está dentro de nós, entramos na consciência cósmica refulgente e alcançamos a realização de DEUS.


5 - A Yoga do Servir ou Karma-Yoga.

É a ação com devoção a DEUS e o amor da alma. Ajuda é auto-expressão. É construtiva manifestação das qualidades puras da alma. A Karma-Yoga abrange todas as expressões positivas e nobres do nosso pensamento, volição e sentimento. Dar manifestação aos atributos de DEUS através de todas as expressões de nossa vida e do nosso ser é a Yoga do servir. E a submissão a DEUS pela realização de nossas ações. Os atos sem devoção a DEUS são vaidades. 0 amor da alma é a inspiração da auto-expressão pura. Na manifestação dos atributos de DEUS através de nossas ações, a alma permanece em constante união com ELE.


6 - A Yoga Do Amor Ou Bhakti-Yoga.

O amor é o mais potente e o mais sublime de todos os sentimentos e emoções. É uma força divina, o maior de todos os poderes sagrados dentro de nós. É o poder de DEUS na alma do homem. Em sua suprema perfeição o amor é suprema e absoluta devoção a DEUS. Na Bhakti-Yoga, DEUS é amor, e o caminho para a realização. DEUS é amor e só amor. Amor é união espiritual. É a união das almas. DEUS é UM conosco no amor e somente pelo amor de nossa alma podemos nos tomar UNO com ELE. Pela realização de nossa união espiritual com tudo que existe em Seu Universo cósmico nossa alma toma-se una com DEUS. Bhakti é a força espiritualizante suprema. Instantaneamente transforma e transmuda tudo em DEUS, em Divino. 0 amor revela, de uma vez, DEUS ante nossa percepção visível e leva nossa alma para sua perfeição transcendental e bem-aventurada. Bhakti-Yoga é a mais bela de todas as Yogas porque faz todas as coisas bonitas e perfeitas.

7 - O Yoga da Sublime Serenidade Ou Raja-Yoga.

Serenidade é a tranqüilidade dinâmica da alma. É aquele estado de calma interior onde o poder total de revelação da alma está focado em DEUS. Há um estado de profunda calma dentro de nossa consciência. Raja-Yoga é o caminho que dirige nossa autoconsciência para este estado sublime, silencioso, onde nossa alma realiza DEUS em toda sua glória divina.


8 - O Yoga do Eu ou Kriya-Yoga.

O EU supremo é DEUS, o EU individual é a alma. A diferença entre o EU supremo e o individual é quantitativa e não qualitativa. 0 EU possui de forma potencial todos os atributos do EU supremo. Dentro de nossa alma está entesourada toda a pureza de DEUS. Kriya-Yoga é o EU, como o desabrochar do lótus, realizando todas as suas qualidades potenciais divinas até alcançarem a perfeição dos atributos do EU supremo. Neste estado de realização transcendental o EU torna-se uno com o EU supremo e atinge sua perfeição absoluta. Isto é auto-realização. Isto é a alma revelando-se, realizando-se e tomando-se una com DEUS. A verdade e a técnica da Kriya-Yoga vêm sendo ensinadas desde tempos imemoriais e agora está sendo largamente explicada por todas as verdadeiras ordens místicas e religiões em todos os lugares.
A prática da Yoga, a comunhão da alma com DEUS é devital importância para nosso bem-estar físico e mental, iluminação, realização e paz.

QUE A PAZ ABSOLUTA ESTEJA EM TODO O UNIVERSO

N A M A S T Ê !

Glaucia Cerioni - Professora e Praticante Yoga 
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quinta-feira, 10 de maio de 2012

A ciência do Kriya Yoga



A ciência do Kriya Yoga, mencionada tantas vezes nas páginas da Autobiografia de um yogi, tornou-se amplamente conhecida, na Índia moderna, por intermédio de Láhíri Mahásaya, guru de meu guru. A raiz sânscrita de kriya é kri, fazer, agir, reagir; a mesma raiz se encontra na palavra karma, o princípio natural de causa e efeito. Assim, Kriya Yoga é "união (Yoga) com o Infinito por meio de certa ação ou rito (kriya)". Um yogi que pratica fielmente essa técnica liberta-se gradualmente do karma ou da legítima cadeia de equilíbrio entre causas e efeitos.

Em virtude de antigas imposições yogis, não me é permitido dar uma explicação completa do Kriya Yoga em um artigo destinado ao público em geral. A verdadeira técnica deve ser aprendida de um Kriyaban (Kriya Yogi), autorizado pela Self-Realization Fellowship / Yogoda Satsanga Society of India. Aqui me limitarei a certas referências.

Kriya Yoga é um método simples, psicofisiológico, pelo qual o sangue humano se descarboniza e volta a oxigenar-se. Os átomos desse extra-oxigênio transmutam-se em corrente vital para rejuvenescer o cérebro e os centros da espinha. Sustando a acumulação de sangue venoso, o yogi pode diminuir ou evitar a degeneração dos tecidos. O yogi adiantado transmuta suas células em energia. Elias, Jesus, Kabir e outros profetas foram, no passado, mestres no uso de Kriya ou de uma técnica similar, pela qual eles materializavam ou desmaterializavam seus corpos à vontade.

Kriya é uma ciência antiqüíssima. Láhiri Mahásaya recebeu-a de seu grande guru, Bábají, que redescobriu e purificou essa técnica depois da Idade Média, época em que esteve perdida. Bábají batizou-a de novo, simplesmente de Kriya Yoga.

- O Kriya Yoga que estou oferecendo ao mundo, por seu intermédio, neste século 19 - disse Bábají a Láhiri Mahásaya - é um renascimento da mesma ciência que Krishna deu a Árjuna, há milênios; e a que foi posteriormente conhecida por Pátañjali e Cristo, e por São João, São Paulo e outros discípulos.

Por duas vezes,o Senhor Krishna, o maior profeta da Índia, refere-se ao Kriya Yoga na Bhagavad Gítá. Um dos versículos diz: "Oferecendo o alento que inala naquele que exala e oferecendo o alento que exala naquele que inala, o yogi neutraliza inalação e exalação; assim, ele liberta prána do coração, e coloca a força vital sob seu controle". A interpretação é a seguinte: "o yogi impede o envelhecimento do corpo, assegurando-se um suprimento adicional de prána (força vital) ao aquietar a ação dos pulmões e do coração; ele também detém as mutações do crescimento físico, pelo controle de apána (corrente eliminadora). Desse modo, neutralizando o crescimento e a degenerescência, o yogi aprende a controlar a força vital".

Eis outro versículo da Gítá: "Ao buscar a Meta Suprema, o perito em meditação (múni) torna-se eternamente livre quando é capaz de abstrair-se dos fenômenos externos, fixando o olhar entre as sobrancelhas e neutralizando as correntes de prána e apána (que fluem) dentro das narinas e pulmões; quando é capaz, ainda, de controlar sua mente sensorial e seu intelecto; e de banir o desejo, medo e a cólera".

Krishna também relata que foi ele, numa encarnação anterior, quem transmitiu o Yoga indestrutível a um antigo iluminado, Vivasvat, o qual deu a Manu, o grande legislador. Este, por sua vez, instruiu Ikshwaku, fundador da dinastia solar da Índia, a dos reis-guerreiros. Assim, passando de um a outro, o Yoga dos reis foi guardada pelos ríshis até o advento da era materialista (2). Depois, devido ao segredo sacerdotal e à indiferença dos homens, a sagrada tradição tornou-se gradualmente inacessível.

Kriya Yoga é duas vezes mencionada pelo antigo sábio Pátañjali, o mais notável expoente de Yoga, o qual escreveu: "Kriya Yoga consiste em disciplina física, controle mental e meditação em Aum". Pátañjali refere-se a Deus como o verdadeiro Som Cósmico ou Aum, ouvido em meditação. Aum é o Verbo Criador, o zumbido do Motor Cósmico, a testemunha da Presença Divina. Até mesmo o principiante em Yoga pode ouvir em seu interior o maravilhoso som de Aum. Recebendo esse beatífico encorajamento espiritual, torna-se convicto de estar em comunhão com os reinos sobrenaturais.

Pátañjali assim se refere pela segunda vez à técnica de Kriya Yoga ou controle da força vital: "A liberação pode ser atingida por aquele pránáyáma que se efetua dissociando o curso da inspiração e da expiração".

São Paulo conheceu Kriya Yoga ou uma técnica semelhante, pela qual podia ligar e desligar dos sentidos as correntes vitais. Por isso, ele pôde dizer: "Declaro, por nosso regozijo em Cristo, que eu morro diariamente". Empregando um método de centralizar internamente toda a força vital do corpo (via de regra, dirigida apenas para fora, para o mundo sensorial, emprestando-lhe assim aparente validade), São Paulo experimentava todos os dias a verdadeira união yogi, o "regozijo" (beatitude) da Consciência Crística. Nesse venturoso estado, tinha consciência de estar "morto" para as ilusões sensoriais, livre do mundo de máyá.

Nos estados iniciais de comunhão com Deus (sabikálpa ou sabíja samádhi), a consciência do devoto imerge no Espírito Cósmico; sua força vital se retira do corpo, que então parece "morto", ou imóvel e rígido. O yogi possui plena consciência de seu estado físico de animação suspensa. Todavia, à medida que progride para estados espirituais superiores (nirbikálpa ou nirbíja samádhi), comunga com Deus sem a imobilidade física; e o faz, em sua consciência normal de vigília, até em meio a exigentes deveres mundanos.

- Kriya Yoga é um instrumento que pode acelerar a evolução humana - explica Sri Yuktéswar a seus estudantes. - Os antigos yogis descobriram que o segredo da consciência cósmica se liga intimamente ao domínio da respiração. Essa é a contribuição sem par, e imortal, da Índia ao tesouro de conhecimento do mundo. A força vital, que comumente se emprega para manter a pulsação cardíaca, deve tornar-se livre para atividades superiores por meio de um método que acalme e detenha as demandas incessantes da respiração.

O Kriya Yoga dirige mentalmente sua energia vital para cima e para baixo, a fim de fazê-lo girar em torno dos seis centros espinhais (plexos medular, cervical, doral, lombar, sacro e coccígeo), correspondentes aos doze signos astrais do Zodíaco, o Homem Cósmico siimbólico. Meio minuto de revolução da energia ao redor do sensitivo cordão da espinha efetua progressos sutis na evolução do homem; esse meio minuto de Kriya equivale a um ano de desenvolvimento comum.

O sistema astral de um ser humano, com seis constelações internas (doze, por polaridade) girando em torno do Sol do olho espiritual onisciente, relaciona-se com o Sol físico e com os doze signos do Zodíaco. Todos os homens são assim afetados por um universo interno e outro externo. Os antigos ríshis descobriram que o ambiente terreno e celeste do homem, numa série de ciclos de doze anos, o impele para a frente de sua senda natural. As Escrituras asseveram que o homem requer um milhão de anos de evolução normal, sem doenças, para aperfeiçoar o seu cérebro e atingir a consciência cósmica.

Mil Kriyas, praticados em oito horas e meia, dão ao yogi, em um dia, o equivalente a mil anos de evolução natural: 365.000 anos de evolução em um ano. Em três anos, o Kriya Yogi pode assim alcançar, por meio de um esforço inteligente, o mesmo resultado que a Natureza apresenta em um milhão de anos. Sem dúvida, o caminho mais curto de Kriya só pode ser trilhado por yogis profundamente desenvolvidos. Com a orientação de um guru, tais yogis preparam cuidadosamente seu corpo e cérebro para resistir ao poder gerado pela prática intensiva.

O principiante em Kriya efetua esses exercícios yogis apenas de quatorze a vinte e quatro vezes, em duas ocasiões por dia. Alguns yogis obtêm a emancipação em seis, doze, vinte e quatro, ou quarenta e oito anos. Um yogi que morre antes de atingir a realização completa leva consigo o bom karma de seu esforço anterior de Kriya; em sua vida seguinte é naturalmente impelido à Meta do Infinito.

O corpo do homem assemalha-se a uma lâmpada de cinqüenta watts, que não pode suportar o bilhão de watts de energia gerado por uma prática excessiva de Kriya. Através do aumento gradual dos exercícios simples e perfeitamente seguros de Kriya, o corpo humano transforma-se astralmente, dia a dia, e por fim se capacita a expressar aquelas potencialidades infinitas de energia cósmica que constituem a primeira expressão materialmente ativa do Espírito.

Kriya Yoga nada tem de comum com exercícios respiratórios anticientíficos ensinados por certos fanáticos extraviados. Tentativas de reter a respiração nos pulmões, até o exagero, são artificiais e decididamente desagradáveis. A prática de Kriya, ao contrário, é acompanhada, desde o início, por sentimentos de paz e sensações suavizantes, de efeito regenerador na espinha.

Essa antiga técnica yogi converte a respiração em substância mental. O adiantamento espiritual permite ao devoto conhecer a respiração como um conceito, um ato da mente: ela é, pois, uma respiração de sonho.

Muitos exemplos poderiam ser dados da relação matemática entre a freqüência respiratória do homem e seus vários estados de consciência. Quem se absorve em estado de atenção completa, seja ao acompanhar um intrincado argumento intelectual, seja ao tentar a execução de alguma proeza física delicada ou difícil, automaticamente respira muito devagar. Fixidez de atenção depende de respiração lenta; respiração rápida ou irregular acompanha inevitavelmente estados emotivos prejudiciais: medo, luxúria, raiva, etc. O inquieto macaco respira em média 32 vezes por minuto, em contraste com a média humana de 18 vezes. O elefante, a tartaruga, a serpente e outros animais notáveis por sua longevidade, tem freqüência respiratória inferior à do homem. A tartaruga-gigante, por exemplo, que pode atingir a idade de 300 anos, respira somente 4 vezes por minuto.

Os efeitos regeneradores do sono devem-se à perda temporária, no homem, da consciência de seu corpo e de sua respiração. Quem dorme torna-se um yogi; todas as noites executa inconscientemente o rituo yogi de libertar-se da identificação com o corpo e de fundir sua força vital às correntes curativas no encéfalo e nos seis sub-dínamos de seus centros espinhais. Sem o saber, o homem recebe, ao dormir, novo suprimento de energia cósmica, sustentáculo de toda a vida.

Fazendo uso de sua vontade, o yogi executa um processo simples e natural, conscientemente - não com a inconsciência de quem dorme - mas com a mesma lentidão. O Kriya Yogi usa a técnica para saturar e nutrir todas as suas células físicas com luz imperecível e desse modo conservá-las espiritualmente magnetizadas. Torna a respiração cientificamente supérflua, sem cair, durante suas horas de prática, nos estados negativos de sono, inconsciência ou morte.

Nos homens sujeitos à lei natural ou máyá, a força vital flui em direção ao mundo exterior; as correntes são desperdiçadas e usadas de modo abusivo nos sentidos. A prática de Kriya inverte o fluxo; a força vital é mentalmente guiada para o cosmos interior e volta a se unir às energias sutis da espinha. Por meio de tal reforço da energia de vida, o corpo do yogi e suas células cerebrais são renovados por um elixir espiritual.

Com a alimentação apropriada, luz solar e pensamentos harmoniosos, homens que deixam guiar apenas pela Natureza e seu divino plano alcançarão a experiência de Deus em um milhão de anos. Necessitam-se doze anos de vida normal saudável para que se efetue o mais leve refinamento na estrutura do cérebro; um milhão de anos solares são precisos até purificar o alojamento cerebral o suficiente para que manifeste a consciência cósmica. Um Kriya Yogi, entretanto, pelo exercício dessa ciência espiritual, livra-se da necessidade de um longo período de cuidadosa observância das leis naturais.

Desatando a corda da respiração que liga a alma ao corpo, Kriya serve para prolongar a vida e alargar a consciência ao infinito. A técnica yogi supera a indecisa batalha entre a mente e os sentidos emaranhados na matéria, e liberta o devoto para que herde outra vez seu reino eterno. Ele sabe, então, que seu ser real não está limitado nem pelo invólucro físico nem pela respiração - símbolo da escravidão mortal do homem ao ar, às compulsões elementares da Natureza.

Mestre de seu corpo e de sua mente, o |Kriya Yogi atinge, enfim, a vitória sobre o "último inimigo", a Morte.

Assim te alimentarás da Morte que se alimenta dos homens; e morta a Morte, então, não haverá mais morrer.
Shakespeare, Soneto 146.

A introspecção, ou "sentar em silêncio", é um processo anticientífico de tentar, à força, separar a mente e os sentidos, estes atados àquela pela energia vital. A mente contemplativa, em sua tentativa de retorno à divindade, é constantemente arrastada de volta, em direção aos sentidos, pelas correntes de vida. Kriya, controlando a mente de modo direto, através da força vital, é a via preferencial mais fácil, mais eficiente e mais científica de acesso ao Infinito. Em contraste com o lento e incerto carro de bois que é a via teológica para Deus, Kriya Yoga pode, com justiça, intitular-se "a rota do avião".

A ciência yogi fundamenta-se no exame empírico de todos os tipos de exercícios de concentração e de meditação. O Yoga habilita o devoto a desligar, e a voltar a ligar, voluntariamente, a corrente vital aos cinco telefones sensoriais: visão, audição, olfato, paladar e tato. Alcançado esse poder de desligar os sentidos, é simples para o yogi unir sua mente com os reinos divinos ou com o mundo da matéria, à vontade. Não mais é trazido pela força vital, contra sua vontade, à esfera mundana de sensações desordenadas e de inquietos pensamentos.

A visão de um Kriya Yogi adiantado depende não de efeitos de ações anteriores, mas apenas das diretrizes de sua alma. O devoto evita assim os monitores lentos e evolutivos das ações egoísticas, boas ou más, da vida comum - lerdos e enfadonhos como lesmas para os corações de águia.

Pelo método superior de viver em sua alma, o yogi se alforria; emergindo da prisão do ego, ele respira o ar profundo da onipresença. A escravatura da vida natural, ao contrário, move-se a passo de humilhação. Se o homem conforma sua própria vida à mera ordem evolutiva, não pode exigir da Natureza uma pressa privilegiada. Embora vivendo sem cometer atentados contra as leis que lhe governam o corpo e a mente, ainda necessita das máscaras de um milhão de anos de encarnações para atingir a emancipação final.

Os métodos telescópicos do yogi, desembaraçando-o de identificações físicas e mentais, a favor da individualidade da alma, recomendam-se, pois, àqueles que se revoltam ante a perspectiva de um milhão de anos. Essa periferia numérica alarga-se para o homem comum, que não vive em harmonia com a natureza e muito menos com a própria alma - ao contrário, se atém a complicações artificiais e ultraja em seu corpo e em seu pensamento a sensatez da Natureza. Duas vezes um milhão de anos dificilmente bastarão para libertá-lo.

O homem vulgar raramente ou nunca compreende que seu corpo é um reino governado, desde o trono do crânio, pela Imperatriz Alma, com regentes subsidiários nos seis centros espinhais ou esferas de consciência. Essa teocracia dirige uma multidão de súditos obedientes - vinte e sete trilhões de células (dotadas de inteligência segura, apesar de aparentemente automática, que as habilita a executar todas as funções corporais, de crescimento, transformação e decomposição) e cinqüenta milhões de pensamentos e emoções essenciais, além de suas variantes, próprias de fases alternativas na consciência do homem, durante uma vida de sessenta anos, em média.

Qualquer insurreição manifesta do corpo humano ou da mente contra a Imperatriz Alma, traduzida como doença ou irracionalidade, não se deve a deslealdade alguma dos humildes súditos, mas brota do abuso, presente ou passado, que o homem fez de sua individualidade ou livre arbítrio - a ele conferido simultaneamente com uma alma, e nunca revogável.

Identificando-se com um ego superficial, acredita o homem que é ele quem pensa, quer, sente, digere alimentos e conserva-se vivo; jamais admite pela reflexão (apenas um pouco bastaria) que, em sua vida ordinária, ele não passa de um boneco de ações passadas (karma) e da Natureza ou ambiente. Reações intelectuais, sentimentos, disposições e hábitos de cada homem são meros efeitos de causas pretéritas, sejam dessa vida ou de outras anteriores. Sublime, acima dessas influências, paira sua alma régia. Rejeitando verdades e liberdades transitórias, o Kriya Yogi ultrapassa velozmente toda ilusão e penetra em seu Livre Ser. As Escrituras do mundo inteiro declaram que o homem não é um corpo corruptível, mas uma alma vivente; em Kriya Yoga ele encontra o método para comprovar a afirmação bíblica.

"O ritual exterior não pode destruir a ignorância porque não se contradizem mutuamente", escreveu Shankara em sua famosa Centúria de Versos. "Apenas o conhecimento experimental destrói a ignorância... O conhecimento só pode surgir por meio da investigação. - Quem sou eu? Como nasceu este universo? Quem o fez? Qual é a sua causa material? - Esse é o tipo de investigação a que me refiro". - O intelecto não tem qualquer resposta para essas perguntas; daí que os ríshis tenham desenvolvido o Yoga como técnica de pesquisa espiritual.

O verdadeiro yogi, impedindo seus pensamentos, sua vontade e seus sentimentos de se identificarem falsamente com os desejos do corpo, e unindo sua mente a forças subconscientes nos santuários da espinha, vive no mundo conforme os desígnios de Deus; ele nem é impelido por impulsos do passado, nem por recentes motivações de insensatez humana. Ao alcançar a satisfação de Seu Supremo Desejo, atraca, fora de perigo, no porto final do inesgotável Espírito beatífico.

Referindo-se à eficiência metódica e segura do Yoga, Krishna louva o yogi tecnológico com as seguintes palavras: "o yogi é maior que os ascetas disciplinadores do físico, ainda maior que os adeptos da senda da sabedoria (Jñána Yoga) ou da senda da ação (Karma Yoga); sê tu, ó discípulo Árjuna, um yogi!".

Kriya Yoga é o verdadeiro "rito do fogo", muitas vezes enaltecido na Gítá. O yogi arroja seus anseios humanos numa fogueira monoteísta consagrada ao Deus incomparável. Nessa autêntica cerimônia do fogo todos os desejos passados e presentes são o combustível consumido pelo amor divino. A Flama Última recebe em holocausto a derradeira loucura humana e o homem se vê livre de escórias. Seus ossos metafóricos despojados de toda carne sensual, seu esqueleto kármico branqueado pelos sóis anti-sépticos da sabedoria, sem ofensas ao homem e ao Criador, ele se encontra - finalmente - limpo.
Paramahansa Yogananda

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sábado, 21 de abril de 2012

Os Nádis

Os Nadis estão ligados aos Chakras. O canal central Sushumna, desempenha papel vital nas práticas do Yoga e tântricas. Os Chakras são centros de intercâmbio entre a energia física e a psicológica dentro da dimensão física, e prana é a força que une o físico e com o mental, e o mental com o espiritual. Na verdade o físico, mental e o espiritual são a mesma coisa e trabalham juntos em todos os níveis. Alguns Nádis maiores como nervos, veias e artérias físicas são conhecidos pela ciência médica atual. Porém, como nem todos os Nádis assumem forma física, nem são visíveis como caracteres, é impossível localizá-los, observá-los ou traçar seu caminho através dos meios menos sutis. Os nádis sutis não de dois tipos:
Nadis Pranavha... Condutores da força prânica.
Nadis Manova... Condutores da força mental.
Os Nadis Pranavha e Nadis Manova correm, em geral, juntos. Embora contestem descrição, estão de alguma forma ligada aos nervos sensoriais do sistema nervoso autônomo. Os nervos e nadis yogas do sistema nervoso autônomo trabalham juntos, da mesma forma que a psique trabalha com a fisiologia.
Certos estudos de anatomia contradizem a descrição do Sushumna fornecida pelas escrituras tântricas, sustentando que o canal central contém somente líquido cerebroespinhal, sem qualquer menção à presença de fibras nervosas. Neurologicamente é impossível para a coluna vertebral possuir abertura no topo da cabeça para a entrada e saída do fluxo de prana. Portanto, é difícil fornecer anatomia precisa dos chakras. Na acupuntura existe um meridiano chamado Meridiano Governante dos vasos, que apresenta alguma correspondência com o sushumna. Nele, o fluxo energético começa na ponta do cóccix, ascende pela espinha dorsal, atinge um ponto no alto da cabeça e, então se curva, descendo ao longo da linha do meridiano até um ponto logo abaixo do umbigo. Os meridianos da acupuntura podem ser comparados aos nadis pranavha.
Segundo o tratado tântrico Shiva Samhita, existem quatorze nadis principais. Desde, IdaPíngala e Sushumna. São considerados os mais importantes. Todos os nádis estão subordinados ao Sushumna. O prana viaja através do Sushumna, partindo do plexo pélvico para o Brahma Randhra ("a caverna de Brahman" – espaço vazio entre os dois hemisfério cerebrais), situado no interior do eixo cérebro espinhal. O Chakra Muladhara é o ponto de encontro destes três nadis principais, sendo conhecido como Yukta Triveni (yukta, "combinado"; tri, "três"; veni, "correntes").
Os primeiros dez nadis ligados aos dez "portais", ou aberturas do corpo:
01. Sushumna ou Brahma Randhra (fontanela)
02. Ida (narina esquerda)
03. Píngala (narina direita)
04. Gandhari (olho esquerdo)
05. Hastaiihava (olho direito)
06. Yashasvini (orelha esquerda)
07. Pusha (orelha direita)
08. Alambusha (boca)
09. Kuhu (genitais)
10. Shankhini (ânus)

Localização dos Dez Pranas Conforme os Upanishads e Outras Fontes

Fonte/Nome do prana
Ioga Chudamani Upanishad
Shri Jabala Darshana Upanishad
Shat-Chakra-Nirupana Pandukapunchaka
Satyananda
Prana
Coração
Em movimento constante entre a boca e o nariz, no centro do umbigo e no coração.
No Coração
Na região entre a laringe e o alto do diafragma
Apana
Muladhara
Ativo no intestino grosso, nos órgãos genitais, coxas e estômago; Também no umbigo e nas nádegas
No ânus
Na região abaixo do umbigo
Vyana
Abrange todo o corpo
Ativo desde a região entre as orelhas e os olhos até os calcanhares; emerge na faringe no lugar do prana
Abrange todo o corpo
Abrange todo o corpo
Samana
Umbigo
Abrange todas as partes do corpo
No Umbigo
Na região entre o coração e o umbigo
Udana
Faringe
Membros superiores e inferiores
Na garganta
Nas partes do corpo acima da Faringe
Naga
0
Compreende a pele e os ossos
0
0
Kurma
0
Na pele e nos ossos
0
0
Krkara
0
Na pele e nos ossos
0
0
Devadatta

Na pele e nos ossos
0
0
Dhanamjaya
Abrange todo o corpo
Na pele e nos ossos
0
0

Funções dos Dez Pranas Conforme os Upanishads e Outras Fontes

Fonte/Nome do prana
Ioga Chudamani Upanishad
Shri Jabala Darshana Upanishad
Shat-Chakra-Nirupana Pandukapunchaka
Satyananda
Prana
0
Inspiração e expiração de ar; tosse
Respiração
Ligado com os órgãos respiratórios, os órgãos da fala juntamente com os músculos e nervos que ativam estes órgãos; a força com a qual o ar é inspirado
Apana
0
Excreção das fezes e urina
Funções excretoras
Fornece energia para o intestino grosso, rins ânus e órgãos genitais; Primariamente estava relacionado com a expulsão do prana através do reto.
Vyana
0
Atividades de decomposição
Está presente em todo o corpo, afetando a divisão e a difusão; impede a desintegração; e mantém o corpo como um todo
Controla todos os movimentos do corpo e coordena outras energias vitais; harmoniza e ativa todos os membros, músculos ligamentos, nervos e juntas; é responsável também pela postura ereta do corpo.
Samana
0
Mantém as partes do corpo íntegras
Controla o processo de digestão e assimilação.
Ativa e controla o sistema digestivo; fígado, intestinos, pâncreas e estômago, assim como as secreções que eles produzem; também ativa o coração e todo o sistema circulatório.
Udana
0
Controla a atividade motora ascendente
Sobe o vayu
Controla os olhos, nariz, ouvidos e todos os outros órgãos do sentido, inclusive o cérebro. Sem ele, seria impossível pensar e ter percepção do mundo exterior.
Naga
salivar
Soluçar
0
  •Espirrar
  •Bocejar
Kurma
Abrir os olhos
Piscar
0
  •Arranhar, coçar
  •Arrotar
Krkara
Espirrar
Sentir fome
0
  •Soluçar
  •Sentir fome
Devadatta
Bocejar
Sentir sono
0

Dhanamjaya
Abrange todo o corpo; nunca sai do corpo
Fitar atentamente
0


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domingo, 1 de abril de 2012

Pranayama

Etimologicamente, a palavra sânscrita pranayama significa domínio (yama) sobre o prana. A maioria dos autores conceitua como a suspensão voluntária do alento, isto é, do prana, e é o objetivo comum que todos eles apontam para os vários exercícios respiratórios, constituído o “ abre-te sésamo” para a trascendência e a libertação.

O venerável Swami Vivekananda narra uma parábola ilustrando a importância do pranayama.
 "Conta-se que o ministro de um grande rei caiu em desgraça. Como conseqüência, o rei mandou encerra-lo na cúspide de muita elevada torre. Assim se fez, e o ministro foi relegado a ali consumir-se, Ele contava, porém, com uma fiel esposa, que à noite foi à torre e, chamando o marido, perguntou-lhe que poderia fazer para facilitar a fuga. Respondeu-lhe que na noite seguinte voltasse trazendo uma corda grossa, um forte barbante, um carretel de fio de cânhamo e um outro de fio de seda, um besouro e um pouco de mel. Muito admirada, a boa esposa obedeceu e lhe trouxe os objetos pedidos. Então o marido lhe disse que atasse a extremidade do fio de seda ao corpo do besouro, que lhe untasse os chifres com uma gota de mel e que o colocasse sobre a parede da torre, deixando-o em liberdade e com a cabeça voltada para o alto. Assim ela fez e o besouro principiou sua viagem. Sentindo o cheiro de mel diante de si, trepou lentamente, com a esperança de alcançá-lo, até que chegou ao cume da torre. Apoderando-se então do besouro, encontrou-se o ministro na posse de um dos extremos do fio de seda. Nessa situação, disse à esposa que unisse no outro extremo o fio de cânhamo e, depois que este foi puxado, repetiu o processo com o barbante e finalmente com a corda. O restante foi fácil: o ministro conseguiu sair da torre por meio da corda, evadindo-se."

Em nossos corpos, continua o yogui Vivekananda, o alento vital é o fio de seda e, aprendendo a dominá-lo, apoderamo-nos do fio de cânhamo das correntes nervosas, destas fazemos outro tanto com o forte barbante de nossos pensamentos e, finalmente, apoderamonos da corda do prana, com a qual logramos a libertação.

Glaucia Cerioni - Professora e Praticante Yoga 

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Pingala

Pingala é um canal direito. Transportador de correntes solares, Pingala é de natureza masculina, e um depósito de energia destrutiva. É conhecido como Yamuna. À sua maneira, Pingala é também purificado, mas limpa como fogo. Pingala algumas vezes é representado como olho direito. No Svara Yoga, Pingala representa a respiração pelo lado direito, isto é, a respiração que flui pela narina direita. O lado direito é de natureza elétrica, masculina, verbal e racional. O Nadi Pingala torna o corpo físico mais dinâmico e eficiente, sendo ele quem fornece mais vitalidade e mais poder masculino. Realiza-se o surya bhedana pranayama (respiração para aumentar o poder sol/direita) para ampliar o vigor, a resistência e a energia solar. O surya bhedana pranayama é exceção no reino da respiração do Yoga: neste pranayama a respiração começa pela narina direita, excitando o Nadi Pingala. No svara yoga admite-se claramente que o Nadi Pingala torna um homem "puramente homen", assim como Ida torna a mulher "puramente mulher". A predominância da narina direita é recomendada para atividades físicas, trabalhos temporátios, discussões, debates e, naturalmente, duelos.
A prática do yoga, de deixar a narina direita aberta à noite, quando a energia solar é menos forte, mantém o equilíbrio do organismo saudável. Deixar o Nadi Ida ativo durante o dia e o Pingala durante a noite, aumenta a vitalidade e a longevidade. Pingala é de natureza rajasika (energética), e mantê-lo ativo durante as horas noturnas de indolência aumenta a saúde holística do organismo.
O sol, dizem os yogis, está relacionado com os olhos de Virata Purusha. Segundo o Prusha Sukta: "Chakshore suryo ajayatah", isto é: "O sol vem pelos olhos", significando que o sol nasce dos olhos de Virata Purusha. Os olhos são o veículo do sol. Os olhos discriminam. Eles – e o sol estão relacionados ao intelecto e ao cérebro racional. A noite é tempo de fantasia. Os grandes pensadores utilizam a noite para contemplar. Diz-se que "quando é noite para as pessoas do mundo, é dia para os yogis". Pingala como Ida, é um Nadi Manovahi. Pingala é mais ativo durante o ciclo decrescente da lua (da cheia para nova) e opera nove dias em quinze, do nascer ao pôr-do-sol. Atinge-se o controle total dos Nadis Ida e Pingala através da prática, regular dos pranayamas e com muita (disciplina).

Glaucia Cerioni - Professora e Praticante Yoga 

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Ida

Ida é o canal esquerdo. Transportador das correntes lunares, Ida tem natureza feminina, sendo celeiro da produção de vida, a energia materna. Ida é nutrição e purificação, por isso é chamado de Ganga (Ganges). Algumas vezes é representado como olho esquerdo. No Svara Yoga representa a respiração "esquerda". Esquerda é descrita no Tantra, como de natureza magnética, feminina, visual e emocional. Na prática do Pranayama (respiração do yoga), com exceção do surya bhedana pranayama, a puraka (inalação) começa pela narina esquerda. Isto excita o Nadi Ida, pois este nadi se origina no testículo esquerdo e termina na narina esquerda. A respiração específica pela narina esquerda excitará o Nadi Ida, e seus produtos químicos nutridores purificação a química o corpo, benefício facilmente obtido pela meditação. A Shiva Svaradaya e a Jnana Svarodaya recomendam que todas as atividades importantes, em especial as que proporcionam estabilidade para a vida, são mais bem desempenhadas quando Ida está operando.
No sistema do Svara Yoga, os praticantes observam o hábito de manter a narina esquerda aberta durante o dia para equilibra a energia solar recebida durante este período. O Nadi Ida é de natureza sattvika, e mantê-lo em operação durante o dia (que é dominado pela energia rajasika) faz aumentar sattva, criando um equilíbrio para si próprio; tornando-nos mais relaxados e mais alerta mentalmente. O Nadi Ida é responsável pela restauração energética do cérebro. Está situado no lado esquerdo da meru danda e tem sido confundo com a cadeia de gânglios nervosos conectadas às fibras nervosas chamadas de cordão simpático. Existe similaridade, talvez porque o sistema simpático controle e influencie a respiração, estando esta ligada as narinas; como existe correlação entre o chakra e as glândulas endócrinas, a definição exata ainda não foi documentada na Medicina ocidental. Ida não é nervo, nem cordão nervoso; é um nadi manovhi. Em várias culturas diferentes, especialmente na Índia, a lua (em sânscrito, chandra) está relacionada à psique. No Purusha Sukta lê-se que: "Chandrama Manaso jatah", isto é, "A lua nasceu dos manas de Virat Purusha {Ser Supremo}".
A "respiração lunar" (narina esquerda) é chamada de Ida no Svara Yoga. Os yogis identificam Ida como sendo um nadi pranavahini, e o consideram um dos mais importantes nadis manovahi. O prana, com o auxílio de Ida, é capaz de fluir para dentro e para fora da narina esquerda. Durante o ciclo crescente da lua (da lua nova para a cheia), Ida domina por nove dias, nos quinze do nascer ao pôr-do-sol. Ainda não foi possível a localização deste nadi através de modernos aparelhos técnicos, mas o aspecto pranavahi de Ida pode ser claramente sentido nos efeitos do svara sadhana (seguidores da Ciência da Respiração), e pela prática do pranayama.
 
Glaucia Cerioni - Professora e Praticante Yoga 

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Sushumna

  O Sushumna está situado no centro do corpo e passa através da meru danda (coluna vertebral)
  O Sushumna se origina no Chakra Muladhara, percorre o corpo, transpassa o talu (palatu na base do crânio), e se une ao Sahasrara (plexo do mil nádis no topo do crânio), conhecido como ("Lótus das Mil Pétalas"). Este nádi se divide em dois ramos; o anterior e o posterior.
O anterior vai para o Chakra Ajna, situado no ponto entre as sobrancelhas e se une ao Brahma Randhara. O posterior passa por trás do crânio e se une ao Brahmara Gupha ("caverna da abelha") e Andhara Kupa ("poço cego", ou décimo portal). Externamente é a "moleira" que está aberta no nascimento. Em um recém-nascido, pode-se observar a pulsação neste ponto durante as primeiras semanas de vida; após o sexto mês, ela começa a endurecer. Depois deste tempo será aberta somente através de práticas especiais de Laya Yoga, Srava Yoga, Kriya Yoga ou Nada Yoga. Nos shastas (escrituras antigas), lê-se que quem dixa o corpo pelo décimo portal atravessa o "caminho sem retorno" (Isto é a liberação do ciclo da morte e do renascimento). Existem yogis que seguem disciplinas que preparam este portal, de modo que sua última respiração carregue a alma para a liberação. O verdadeiro aspirante, desejoso da liberação, trabalhará o ramo posterior do Sushumna.

 Outro aspecto especial do Sushumna é não ser limitado pelo tempo. Quando o yogi em meditação se coloca no ponto médio entre as sobrancelhas, no Chakra Ajna (terceiro Olho), e transcende o prana na região de Brahma Randhra, ele fica além do tempo. Torna-se um trikaladarshi (conhecedor do passado, presente e futuro). No Chakra Ajna, ele vai além da dimensão do tempo e a morte não o alcança. As funções do corpo físico param, e o processo de envelhecimento se interrompe no momento anterior à morte todos os seres humanos respiram a inalação do Sushumna, quando ambas as narinas trabalham simultaneamente. Diz-se que a morte – com exceção da acidental – não acontece quando predomina Ida ou Píngala. Isto é, quando somente opera a narina direita, ou se a respiração está sendo feita predominantemente pela esquerda.
Os Nádis Sarasvati e Brahama são outras denominações de Sushumna. Não são identificações apropriadas, pois o Sushumna é um canal onde existem outros nádis sukhma (sutis), e Sarasvati é um nádi complementar de Sushumna que flui fora dele no lado esquerdo. Este nádi é responsável pelo sonho, alucinações e visões. Chitra em sânscrito, significa pintura ou desenho. É automaticamente ativo nos pintores, artistas visionários e poetas. O final do Nadi Chitra é chamado Brahma dvara ("a porta de Brahman"), e o Devi Kundalini ascende porta até a abóboda final – O Chakra Manasa, Lalana ou Soma – o local do encontro de Kameshavara e Kameshvari (Shiva e Shakti), logo acima do ponto reside Kamadhenu (a vaca que satisfaz os desejos).

Como mencionado anteriormente, o Chakra Muladhara é o ponto de encontro dos três principais nádis, sendo chamado de Yukta Triveni (Yukta, "envolvimento"; triveni "encontro das três correntes"). Do Muladhara eles se movem alternadamente através do chakra até atingirem o Ajna, onde novamente se reúnem formando um nó frouxo com o Sushumna. Aqui o encontro das três correntes é chamado Mukta Triveni (mukta, "liberado"), Como o sexto chakra (ajna) está além dos elementos, o yogi que atinge este nível por seu poder, via Sushumna, está liberto da escravidão. Uma vez estabelecido, o yogi mantém um estado de kevali kumbhaka (capacidade de reduzir o fluxo da respiração). Além do nó no Chakra Ajna, Ida e Píngala terminam nas narinas esquerda e direita, respectivamente, e assim Chitra e Vajra agem como correntes lunares e solares, e o Nadi Brahma, como o ígneo Sushumna tamasika. Os nádis Vajra e Chitra são as correntes solar e lunar interiores do sushumna. Um yogi estabelecido neste chakra torna-se um tattvatita (além dos elementos), mas ainda sujeito as alterações de humor criadas pela predominância de um ou outro guna (atributo, qualidade); ainda não é gunatita (além dos atributos). Quando guanatita atinge o nirvkalpa samadhi (também chado de nirbijha, ou samadhi "sem semente") um estado especial de meditação profunda e duradoura.

No espaço fora do meru danda (coluna vertebral), à esquerda e a direita, estão os Nadis Ida e Píngala. A substância do Nadu Sushumna, que está no meio, é composta de canais triplos. Os gunas. Os Nadis Vajra e Chitra começam em um ponto da largura de dois dedos acima do Sushumna.

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SOMA

NOME DO CHAKRA: SOMA

SIGNIFICADO DO NOME DO CHAKRA:"Néctar; a lua"
LOCALIZAÇÃO: Um dos menores chakras dentro do sétimo, Soma está localizado acima do “terceiro olho” no centro da testa.
COR BIJA (SEMENTE):
SOM DO BIJA-
SOM DA PÉTALA BIJA:
FORMA DO TATTVA:
SENTIDO PREDOMINANTE:
ÓRGÃO DO SENTIDO:
ÓRGÃO MOTOR:
VAYU (AR):
ASPECTOS:
TATTVA (ELEMENTO):
COR DO TATTVA:
LOKA (PLANO):
PLANETA REGENTE: Rahu.
FORMA YANTRA: Um crescente prateado em um lótus branco-azulado. O chakra Soma é também conhecido como chakra Amrita; tanto soma como amrita significam “néctar”. É um chakra com um lótus de doze pétalas (algumas escrituras falam em dezesseis), no centro do qual está a lua crescente, a fonte do néctar.
Este néctar vem para a lua através de Kamadhenu, a vaca realizadora dos desejos. Ele vaza constantemente no nirjhara gupha, o espaço vazio entre os dois hemisférios.
Três nadis, Ambika, Lambika, Talika, junto com o Kamadhenu, são as quatro fontes do néctar. Em seu curso natural ele desce, e quando atinge o Chakra Manipura é queimado pela energia solar do plexo solar. Através da prática do khechari mudra, yogues conseguem bloquear a descida do fluxo do néctar enquanto desfrutam os sons sutis do nada pela meditação no lótus de oito pétalas do chakra Hameshvara ( outro chakra menor dentro do sétimo). Aqui os três Nadis Vama, Iyeshtha e Raudri formam o Triangulo Á – Ka – Thã, bem conhecido dos yogues. Dentro desse triângulo estão sentados Kameshvara em união eterna, cobertos por pétalas branco-azuladas de lótus.
Triângulo Á – Ka – Thã. Esta forma cotém uma combinação de três energias. Brahmi é a energia do criador Brahma; Vaishnavi, do preservador Vishnu e Maheshvari, do transformador Maheshvara, senhor dos senhores, o próprio Shiva. Estes três shaktis fluem através dos três Nadis Vama, Iyeshtha e Raudri, que formam o triangulo Á – Ka – Thã. O mesmo triângulo formado pelos mesmos nadis existe no Chakra Muladhara, onde Shiva está sob a forma de Lingam Svayamohu, e Shakti sob a serpente enroscada em torno do lingam. Os Nadis Vama, Iyeshtha e Raudri correspondem a Brahma; Vaishnavi Maheshvari, respectivamente. Estas energias formam os três aspectos da consciência: o conhecimento, o sentimento e a ação, dos quais emanam a verdade, beleza e bondade. A realização da verdade (satyam), beleza (sundaram) e bondade (shivam) em todas as formas de expressão é o mais alto objetivo da vida, e a incorporação dele no comportamento, o mais elevado estado de realização.

SOM BIJA:

VEÍCULO DO BIJA:

DEIDADE: Kameshvra e Kameshvara é o próprio Senhor Shiva. É o senhor do princípio do desejo (kama, “desejo”; ishvara, “senhor”). É aquele que está sentado em cima do famoso triângulo Á – Ka – Thã e com quem os Devi estão ansiosos para se encontrar ( Adya, Kundalini, Kula, Tripua e Kameshvari). Kameshvari está sentada no Muladhara como uma energia adormecida. Através da estreita passagem do Nadi Brahma, ele corre para se encontrar com seu senhor Kameshvara, utilizando qualquer um dos cinco movimentos. Girando as pétalas dos lótus dos chakras, ela atinge o mais alto deles para encontrá-lo. Descreve-se Kameshvara como a mais bela forma masculina. Está sentado como um yogue, mas em um abraço eterno com a bela-amada Sundari Tripura, que é Kameshvari, o mais beleo aspecto feminino nos três mundos (tri, “três”; pura, “planos, mundos”; sundari, “bela”). Kameshvara é também chamado de Urdhvareta ( urdhva, “para cima”; reta, “corrente, fluxo”), pela sua capacidade de retirar a essência do líquido seminal ascendente através do Sushuma; é o senhor do conhecimento do movimento ascendente da energia. O Vamachara (“mão esquerda”) Tantra fornece uma descrição completa deste processo de movimento ascendente e afirma ser este o local para onde deve ser trazida a semente: aqui a semente física masculina (bindu) use-se à feminina, e a união interior e exterior torna-se tantra (consciência expandida) por ser uma combinação de bhoga e yoga, isto é, diversão e afastamento. Kameshvara concede o poder do movimento ascendente e a retenção da semente; portanto, a meditação em Kameshavara apazigua o ego, e o yogi, sentado no Chakra Soma, desfruta bragmananda (felicidade de Brahman). Kameshvari está, então, em paz e união com o seu bem-amado. Não é mais a serpente furiosa que respira fogo, como acontece quando subitamente desperta seu sono.

EFEITOS DA MEDITAÇÃO: Aquele que medita neste chakra e interrompe o fluxo descendente deste amrita, ou néctar – pelo mudra Khechari ( khe, “éter”; chari, “movimento”) – torna-se imortal no corpo físico. É capaz de interromper o processo de envelhecimento e permanecre jovem para sempre, cheio de vitalidade resistência. Obtém vitória sobre a doença, decadência e morte, e defruta da felicidade eterna através da união de Shiva e Shakti – o último objetivo do Kundalini Yoga. O mudra Khechari aumenta o fluxo ascendente da energia, e o yogui é capaz de permanecer no Mandala Gagana, ou Mandala Shunya, “o vácuo”, isto é, o espaço vazio entre os dois hemisférios, conhecido como décimo portal do corpo. Está localizado no Sahasrara, o sétimo chakra. O Chakra Soma está acima do Ajna e abaixo do Kameshvari, alinhado no meio da testa, sendo o local do soma (a lua), amrita (néctar) e kamadhenu. A cor de Kamadhenu é branca, sua face é a do corvo, a testa é ahamkara (ego) e os olhos são humanos, de natureza brâmica. Possui os chifres de uma vaca, pescoço de cavalo, cauda de pavão e asas de um cisne branco (hamsa).

Glaucia Cerioni - Professora e Praticante Yoga 

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SAHASRARA - SÉTIMO CHAKRA

NOME DO CHAKRA: SAHASRARA - SÉTIMO CHAKRA

SIGNIFICADO DO NOME DO CHAKRA: “De mil pétalas”. Também chamado Chakra Shunya (vazio, vácuo) e chakra Niralambapuri (moradia sem apoio).
LOCALIZAÇÃO: Topo craniano, plexo cerebral. O Chakra Soma esta incluído.
COR BIJA (SEMENTE): Dourada
SOM DO BIJA-SHAM
SOM DA PÉTALA BIJA: Todos os puros do AH ao KSHA, incluindo todas as vogais e consoantes da língua sânscrita. São escritas de maneira sistemática nas pétalas.
VAYU (AR):
LOKA (PLANO): Satyam Loka, o plano da verdade e da realidade.
PLANETA REGENTE: Ketu.
FORMA YANTRA: Círculo como a lua cheia. Em algumas escrituras o yantra é mencionado como purna chandra (lua cheia), em outras, como nirakara (sem forma). Acima da esfera está um guarda-chuva de mil pétalas de lótus, arrumadas nas cores do arco-íris.

SOM BIJA:SHAM Visarga (determinado som da respiração em pronuncia sânscrita).

VEÍCULO DO BIJA: Bindu

DEIDADE: O Guru interior.
Shakti: Chaitanya. Algumas escrituras indicam Paramatma; outras , Mahashakti.
Planos Englobados No Chakra Sahasrara: Os planos abaixo são realizados pelo yogi que atingiu a consciência do sétimo chakra:
- O plano da irradiação (Tejas Loka). Tejas é luz, fogo ou visão em sua essência mais refinada. O yogi torna-se iluminado como o sol. Sua aura de luz é continuamente radiante.
- O plano das vibrações primordiais (Om Kara). AUM (ou OM) é o primeiro som, infinitamente contínuo. Aqui a sua freqüência tornar-se manisfesta dentro do yogi.
- O plano gasoso (Vayu Loka). O yogi obtém a supremacia sobre o prana, que fica tão sutil (Sukshma) que se diz que todo o prana dentro do corpo fica do tamanho do polegar (angushtha matra); se colocar um pedaço de vidro abaixo do nariz do yogi, não haverá vapores depositados.
- O plano do intelecto positivo (Subuddhi Loka). Todos os julgamentos de valor ou percepções dualistas devem ser equilibrados, ou poderá surgir na mente o intelecto negativo (durbuddhi), o negativo do divino.
- O plano da felicidade (Sukha Loka) surge quando se estabelece equilíbrio no corpo, psique e mente.
- O plano da indolência (Tamas Loka) pode ocorrer quando o yogi atinge um estado de felicidade, somente ao parar toda a ação: quando entra em estado de samadhi, o corpo físico fica totalmente inativo.

EFEITOS DA MEDITAÇÃO: Obtém-se a imortalidade no Chakra Sahasrara. Antes de atingir este chakra o yogi é incapaz de chegar à consciência inconciênte chamada asama-prajnata-samadhi. Neste estado não há atividade de mente, nem qualquer conhecimento, nada a ser conhecido: conhecimento, conhecedor e conhecido, tudo fica unificado e liberado.
O samadhi é o êxtase puro da inatividade total. Até o sexto chakra o yogi pode entrar em um transe no qual a atividade ou forma permanece ainda dentro da consciência. No Chakra Sahasrara o prana move-se para cima e atinge o ponto mais elevado. A mente se estabelece no puro vácuo do Mandala Shunya, o espaço entre os dois hemisférios. Neste ponto todos os sentimentos, emoções e desejos, que são atividades da mente, são dissolvidos em sua causa primária. Atinge-se a união. O yogi é sat-chit-ananda, verdade-ser-felicidade. Ele é o seu próprio ser real e, enquanto permanece no seu corpo físico, retém a consciência não-dual, apreciando o papel de lilá sem ter problemas com o prazer e a dor, honrarias e humilhações.
Quando a Kundalini sobe até o Chakra Sahasrara, dissolve-se a ilusão do “ser individual”. O yogue torna-se realizado, uno com os princípios cósmicos que governam todo o universo dentro do corpo. Obtém todos os siddhis (poderes) até o Chakra Soma, onde encontra Kamadhenu, a vaca realizadora dos desejos dentro dele. É um siddha, mas transcendeu o desejo de manifestar estes desejos.
Segundo os shatras, Sahasrara é o local da alma auto luminescente, ou chitta, a essência do ser. Aqui chitta é como uma tela onde se vê o reflexo do Ser cósmico, e através da qual se reflete o divino. Na presença do ser cósmico é possível para qualquer pessoa sentir o divino, e até realizar a divindade dentro de si.

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AJNA - SEXTO CHAKRA

NOME DO CHAKRA: AJNA - SEXTO CHAKRA

SIGNIFICADO DO NOME DO CHAKRA:"Autoridade, comando. Poder ilimitado"
LOCALIZAÇÃO: Plexo da medula; plexo pienal; ponto entre as sobrancelhas.
COR BIJA (SEMENTE): Dourada.
SOM DO BIJA-
SOM DA PÉTALA BIJA: Hang, Kshang.
FORMA DO TATTVA:
SENTIDO PREDOMINANTE:
ÓRGÃO DO SENTIDO:
ÓRGÃO MOTOR:
VAYU (AR):
ASPECTOS:
TATTVA (ELEMENTO):: Maha Tattva, no qual todos os outos tattvas estão presentes em sua essência pura rarefeita (tanmatra). Segundo a filosofia Samkya, Mahat, ou Maha Tattva, consiste de três gunas e inclui manas, buddhi, ahankara e chitta; ; e de Maha Tattva provêm os cinco mahabhutas (os cinco elementos densos, isto é, akasha, ar, fogo, água e terra ). Contudo, segundo o Tantra, a causa dos manas, buddi, ahamkara e chitta.
COR DO TATTVA: Azulado-luminescente-transparente ou branco-cânfora.
LOKA (PLANO): Tapas Loka, o plano da austeridade ou penitência (tapasia).
PLANETA REGENTE: Saturno
FORMA YANTRA: Círculo branco com duas pétalas luminosas. Estas pétalas são a representação da glândula pineal. Vemos no centro do círculo um lingam.

SOM BIJA: AUM

VEÍCULO DO BIJA: Nada, também conhecido como Ardhamatra.

DEIDADE: Ardhanarishvara, o Shiva – Shakti, meio-homem, meio-mulher, símbolo da polaridade básica. O lado direito é masculino; o esquerdo é feminino. Ardhnarishvara permanece em um lingam chamado Lingam Itara. O lingam é branco-brilhante, como a cor da luz.
A metade masculina de Ardhanarishvara possui pele azul-cânfora. Ele segura um tridente em sua mão direita, representando os três aspectos da consciência – cognição, coração e afeição.
P lado feminino de Ardhanarishvara é rosa. Ela usa um sari vermelho e, enrolados no pescoço e nos braços, vemos ornamenrtos dourados e brilhantes. Ela segura um lótus rosa, símbolo da pureza. Toda a dualidade cessa. Ardhanarishvara torna-se a entidade total, auto – emanente e nobre.
Shiva tem todo o comando sobre todos os aspectos do Ser neste plano de liberação, ou moska. O terceiro olho de Shiva é chamado de sva-netra, o órgão da clarividência. Tornado-se Shva-Sada, o eterno, Shiva não separa de Shakti como uma eternidade masculina em separado. Shiva Devata é o doador do conhecimento. Este conhecimento traz a respiração (prana) e a mente sob o controle de Ardhanarishvara.

SHAKTI: Hakini. Shakti Hakini possui quatro barcos e seis cabeças. Sua pele é rosa pálido, e suas jóias são de ouro e pedras preciosas que brilham. Usando um sari vermelho, ela está sentada sobre um lótus rosa com o pé esquerdo levantado. Concede o conhecimento da verdade incondicional e o esclarecimento da não-dualidade.
Em suas mão ela carrega os seguintes objetos:
- O tambor damaru de Shiva, que mantém um som grave constante que conduz o aspirante em seu caminho.
- Um crânio, símbolo do afastamento.
- Um mala para japa como instrumento centralizador.
- A última das mãos faz um mudra de transmissão de destemor.

EFEITOS DA MEDITAÇÃO: Aquele que medita neste chakra erradica todos os pecados ou impurezas e atravessa a sétima porta, além do chakra Ajna. A aura desta pessoa manifesta-se de forma tal que permite que todos os que vêm a sua presença se tornem calmos e sensíveis às freqüências sonoras refinadas AUM; o ritmo AUM é gerado pelo próprio corpo da pessoa. Ela agora é tattvatita – além dos tattvas. Todos os desejos são basicamente o papel do tattva e, quando estabelecida no local entre as sobrancelhas, ela vai além de todos os tipos de desejo que motivam a vida e impelem ao movimento em várias direções. A pessoa torna-se unidirecionada, um trikaladarsh, conhecedor do passado, presente e futuro. Ida e Pingala são limitadores do tempo. Até o quinto chakra o yogue é também limitado pelo tempo, mas como Ida e Pingala terminam ali, ele se move até o Sushumna, que é kalatita, além do tempo. O perigo de recair termina. Não há reverso espiritual, pois enquanto estiver no corpo físico ele estará em constante estado de consciência não-dual. Pode entrar em qualquer corpo à sua vontade. É capaz de compreender o significado interior do conhecimento cósmico e de gerar escrituras.
O indivíduo que evolui através do Chakra Ajna revela o divino interior e reflete a divindade interior dos outros. No quarto chakra ele evolui através de ananda (beatitude), e no quinto chakra através de chit (consciência cósnica). No Chakra Ajna ele se torna sat (verdade). Não há observado nem observador. Atinge a realização “Isso eu sou; Eu sou isso”, e personifica sat-chit-ananda, ou "ser-consciência-felicidade".
A realização no quinto chakra é SOHAM (“Isso eu sou”; do as, “Isso”; aham, “Eu sou”). No sexto chakra estas sílabas ficam invertidas, HAMSA. Quando o yogue medita no atman, ou o Ser em bindu ( o “ponto” que representa o infinito na sílaba AUM), este torna-se conhecido como HAMSA, que também é a palavra sânscrita para cisne, a ave que pode voar para locais desconhecidos das pessoas comuns. Aquele que habita esta consciência é chamado Paramhamsa.

CARACTERÍSTICAS COMPORTAMENTAIS NO CHAKRA AJNA: O corpo da glândula pineal aparece no terceiro ventrículo envolvido pelo líquido cerebroespinhal. Este líquido aquoso claro flui do Chakra Soma (o Chakra da Lua), que se situa acima do Ajna. Ele se move nos espaços vazios (ventrículos) no cérebro e desce pela coluna vertebral até a base da espinha dorsal. A pineal ajuda a regular este fluxo de modo equilibrado. A própria glândula responda com muita sensibilidade à luz. Quando um indivíduo entra no Chakra Ajna, haverá luz em torno da sua cabeça e na sua aura.
O yogi mantém a respiração e a mente sob controle neste estado, por isso sustenta um estado contínuo de samadhi (não-dualidade realizada) durante todas as ações. Tudo o que deseja se realiza pela capacidade de induzir as visões do passado, presente e futuro.
Ida (corrente lunar), Pingala (corrente solar) e SShuma (corrente neutra central) se encontram no Chakra Ajna. Estes três “rios” se reúnem no Triveni, o local principal da consciência.
O sexto chakra engloba o plano da consciência (Viveka), o da neutralidade (Sarasvati), o solar (Yamuna), o lunar (Ganga), o da austeridade (Tapas), o da violência (Himsa), o terreno (Prithví), o líquido (Jala) e o da devoção espiritual (Bhakti).
O terceiro olho é a consciência. Os dois olhos físicos vêem o passado e o presente, enquanto o terceiro revela a visão do futuro. Toda a experiência e as idéias servem somente para esclarecer a percepção no Chakra Ajna. O plano da neutralidade (Sarasvatí) aparece como um equilíbrio entre as energias solar e linar dentro do corpo. Negativo e positivo, os componentes da dualidade ficam equilibrados em Sarasvati , deixando um estado de neutralidade e música pura. As energias nervossas solar (Yamuna) e lunar (Ganga) se entrelaçam em todos os chakras e se encontram em Sarasvati , tornando-se unas no Ajna. É o sentido da unidade com as leis cósmicas que aparece no plano da austeridade. A pessoa compreende que é um espírito imortal em um corpo temporal. O plano líquido lunar refrigera qualquer calor excessivo gerado pelos poderes ampliados e purifica a consciência. Bakti Loka, o plano da devoção espiritual, mantém o equilíbrio apropriado no interior do yogi.
No Chakra Ajna o próprio yogue se torna uma manifestação divina. Personifica todos os elementos em suas formas ou essências mais puras. Todas as alterações externas e internas não constituem um problema. A mente atinge um estado de esclarecimento cósmico não-diferenciado. Termina a dualidade.

Glaucia Cerioni - Professora e Praticante Yoga  

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